PARA O ATOR DE MICHAEL CHEKHOV XXVII

A afirmação seria mais correta se reformulada nestes termos: “Eu tenho a minha própria interpretação, a minha própria aplicação da técnica geral”. (…) O grande número de preciosas memórias e observações que nos foram legadas pelos “nomes” de ontem na arte de representar não estão aqui sendo minimizadas como valioso material para a criação de um método. São, porém, subjetivas e, por conseguinte, limitadas em seu âmbito. O método ideal de qualquer arte deve ser um todo bem integrado, completo em si mesmo; e, sobretudo, deve ser objetivo.

O método, quando entendido e aplicado, inculcará no ator um hábito sumamente gratificante de pensamento profissional, quer esteja avaliando o trabalho criativo de seus colegas, quer o seu próprio. Ele deixará de se dar por satisfeito com termos gerais como “natural”, “coloquial”, “pretencioso”, “bom”, “mau”; ou com expressões como “subatuação”, “superatuação”, etc. Em contrapartida desenvolverá uma linguagem profissional mais significativa e tornea-se-á mais familiarizado com termos mais profissionais, como Unidades, Objetivos, Atmosferas, Irradiar e Receber, Imaginação, Corpo imaginário, Ritmos Interior e Exterior, Clímax, Acentos, Ondas Rítmicas e Repetições, Composição das Personagens, Gestos Psicológicos, Conjunto, Qualidade, Sensações, etc. (…)

Se exercitado de forma adequada e invocado desse modo, o método insuflará no ator o sentimento de que sempre o conheceu e sempre o praticou, mas talvez não estivesse tão consciente disso quanto está agora. (…) Em suma, pagamos caro por nossa recusa em reconhecer a necessidade de equilibrar saudavelmente os tangíveis práticos com intangíveis artísticos.

FIM DO RESUMO DO LIVRO “PARA O ATOR” DE MICHAEL CHEKHOV

Postado por:

Maytê Piragibe