PARA O ATOR – MICHAEL CHEKHOV XII

CAPÍTULO 8: COMPOSIÇÃO DO DESEMPENHO

Passemos à lei seguinte de composição.

A vida, em suas manifestações, não segue sempre uma linha reta. Ela ondula, ela respura ritmicamente. Assim, as ondas rítmicas assumem várias características com diferentes fenômenos; florescem e murcham, aparecem e desaparecem, dilatam-se e contraem-se, espalham-se e concentram-se ad infinitum. Na aplicação à arte dramática, podemos considerar essas ondas como expressão apenas de uma açãointerior e exterior. Imaginemos uma significativa pausa dramática, fulgurante de poder, internamente ativa, criando uma atmosfera forte e mantendo o público emsuspense. Não é incomum encontrar uma pausa tão fecunda, porquanto uma pausa nunca é um vácuo completo, um hiato ou um espaço psicologicamente vazio. No palco não existem, nem devem existir, pausas vazias. Toda e qualquer pausa tem que ter um propósito. Uma pausa real, bem preparada e perfeitamente executada (longa ou curta) é o que poderíamos chamar de ação interna, uma vez que o seu significado está implícito no silêncio. A sua antítese é a ação externa, a qual podemos definir como um momento em que todos os meios visíveis e audíveis de expressão são usados em toda a sua extensão; enquanto fala, vozes, gestos, marcações e até efeitos luminosos e sonoros ascendem para o seu ponto clímax.

RESUMO DO LIVRO “PARA O ATOR” DE MICHAEL CHEKHOV

Postado por:

Maytê Piragibe