PARA O ATOR – MICHAEL CHEKHOV XI

 

CAPÍTULO 8 -COMPOSIÇÃO DO DESEMPENHO

À primeira lei de composição poderia dar-se o nome de lei da triplicidade. Em toda peça bem escrita trava-se uma batalha que constitui o impulso vital da peça, sua forca impulsora , que é básica para todas as estruturas do enredo. (…) A lei da triplicidade está ligada a uma outra lei, a da polaridade. Em qualquer verdadeira peça de arte (no caso, uma performance inspirada), o começo e o fim são, ou devem ser, polares em princípio. Todas as principais qualidades da primeira seção. É obvio, evidentemente, que o princípio e o final de uma peça não podem ser definidos meramente como a primeira e a última cena; princípio e final englobam usualmente em si mesmos uma série de cenas cada um. O processo que transforma o começo em sua polaridade no final tem lugar na seção intermediária, e é essa transformação que representa a nossa terceira lei de composição.
(…)

Nesta altura, poderia ser sugerido ao diretor que começasse ensaiando com os três principais clímax. É uma impressão errônea que os ensaios de uma peça devem começar com a primeira cena e continuar com a sucessão linear, sem o menor desvio; isso é induzido pelo hábito , e não inspirado por necessidade criativa. Nao há justificação nem necessidade de se começar desde o início se toda peça estiver bem viva na imaginação. Será preferível começar pelas cenas que expressam a essência da peca e depois passar às de importância secundária. (…)

Resumo do livro ” Pará o ator ” de Michael Chekhov

Postado por:

Maytê Piragibe