CAPÍTULO 7 – INDIVIDUALIDADE CRIATIVA
“Além disso, todos os sentimentos derivados pela personagem da nossa individualidade não são só purificados e impessoais como têm dois outros atributos. Por mais profundos e persuasivos que sejam, esses sentimentos ainda não são tão “irreais” quanto a “alma” da própria personagem. Chegam e desaparecem com a inspiração. Caso contrário, tornar-se-iam nossos para sempre, indelevelmente impressos em nós depois que a performance terminou. Penetrariam em nossa vida cotidiana, seriam envenenados pelo egoísmo e converter-se-iam em parte inseparável de nossa existência inartística, não-criativa. O ator deixaria de ser capaz de traçar uma linha divisória entre a vida ilusória de sua personagem e sua própria vida. Não demoraria muito a enlouquecer. Se os sentimentos criativos não fossem “irreais”, o ator seria capaz de sentir satisfação no desempenho do papel de vilão ou de outros personagens indesejáveis.