O último fim-de-semana de A Serpente foi pauleira. Milhões de coisas pra fazer sobre a peça, sobre a vida, sobre outras formas de arte… Mas era preciso ir para o Teatro. Fazer aquele trajeto, cumprimentar a equipe que fica lá em cima, descer para o porão onde fica o teatro Nathalinha e nossos camarins. Uma reverência quase muda. Todo mundo querendo comemorar… Todo mundo sentindo a dor de se despir de seus personagens.
A Serpente começou muito antes de estrear. Foram meses ensaiando. Foi a ousada escolha de um texto de Nelson Rodrigues. Minha amiga Nadia assumindo sua primeira direção. O elenco com necessidade de parceria. Toda a equipe da peça. Toda a minha equipe. Minha família. Todo o meu universo tinha um pouco de Guida
Passei muitos anos longe do teatro, e a artista que vive em mim tinha sede de palco. Entre a Bia, do musical Léo e Bia {meu último espetáculo} e a Guida, de A Serpente, toda a transformação da Maytê atriz, da mulher, da que se tornou mãe. Eu precisava voltar. Guida era a personagem certa.
Ainda é difícil acreditar que o sonho se realizou e que aquele foi o último camarim. Para tornar tudo mais lindo, inauguramos a sala Nathalinha do lindíssimo teatro Nathalia Timberg, parte do polo cultural Wolf Maya.
Que honra! Quer mais? A própria Nathalia foi nos assistir no último dia. Já transcrevi o discurso, mas repito o vídeo aqui.
Dias depois ainda estou cansada de toda a força de Guida. De toda a força da realização de um sonho. Mas não tenho tempo. A segunda temporada de Os Dez Mandamentos já começou na Record, e em seguida vem Terra Prometida, onde serei Jéssica.
Os workshops já começaram.
Além disso, como vocês têm visto, estamos construindo uma nova imagem pra minha vida pública, e também pra esse íntimo que divido com vocês nas redes sociais, no site. São detalhes, são Ensaios, é a descoberta do outro.
Obrigada por ter sido minha, Guida.
Obrigada a todos de A Serpente.
Obrigada a todos da minha vida que entenderam esse mergulho.
É hora de continuar. Conto com vocês!
Beijinhos,
MAYTÊ PIRAGIBE