SOUNDTRACK: A GRANDE BELEZA

“A Grande Beleza”, filme italiano de Paolo Sorrentino que levou o Oscar de melhor filme estrangeiro de 2013, além do Globo de ouro na mesma categoria e também como melhor fotografia.

E tantos outros prêmios importantíssimos, que a lista fica gigante.

Esse longa mexeu muito comigo. Estou há muito tempo para descrever e compartilhar essa poesia registrada no cinema, que teve o dom de me deixar parada por alguns minutos. Completamente atônita. Não só pela estética ousada e uma fotografia tão rica, recheada das obras de arte italianas que me tiram o fôlego. Mas pelo roteiro, tão profundo e mundano. Tão velho e tão moderno. É uma crônica sobre a solidão de um homem da terceira idade que não consegue encontrar seu lugar no mundo que vive, além de uma crítica feroz à Roma contemporânea. Mas uma obra de arte para mim – é quando consegue quebrar todas as fronteiras. Quando a catarse e a identificação são imediatas, seja nessa situação retratada ou quando conseguimos transferir as questões existenciais para a nossa realidade. Independente do sexo, da idade ou do lugar que vive.

Com cenas chocantes de uma atriz nua que bate violentamente a cabeça na parede ou uma criança que pinta uma verdadeira obra-prima, depois de ser obrigada pelos pais. Uma sala-divã recheada de senhoras e senhores ansiosos pela sua próxima dosagem de preenchimento facial, que mais parece uma dose da sua droga viciante. Ou seria a dificuldade séria de enfrentar a velhice? Ou pior ainda, a incapacidade de estreitar as relações, pelo trauma absurdo de uma paixão da juventude? Muitas questões são levantadas sem forçar nenhuma barra. São expostas, são vividas intensamente. São conversas profundas de um roteiro muito inteligente. Preciso rever…

Homens que vivem nesse ciclo vicioso, da esbórnia e sacanagem. E mesmo sendo velhos, parecem ter atitudes de um menino. Com traumas infantis, uma dificuldade latente de aprofundar e estreitar os relacionamentos, abrindo mão de uma vida mais plena de cumplicidade, mesmo todos tendo as mesmas dificuldades existenciais. Realmente, esse tema não tem fronteira e vale mesmo à reflexão. É uma obra-de-arte que imprime muito bem a nossa maior batalha da era moderna.

As verdadeiras relações humanas, independente da idade, sexo ou religião.

LA GRANDE BELLEZZA THE GREAT BEAUTY

Maya Beiser “World To Come”

E vejam o filme… Vale a análise. Preparados?

“Porque você ainda não escreveu o seu segundo livro?

Porque ainda não achei a grande beleza.”

Beijos

Postado por:

Maytê Piragibe