ESTUDOS DA ATRIZ: TEATRO E SEU ESPAÇO – PETER BROOK

Todos sabem que o processo de aprendizagem do artista é eterno…

Representamos a vida, e a nossa existência desvenda a eterna multiplicidade das culturas e as eternas facetas do ser humano. O ator não pode ter preconceitos, determinados dogmas e paradigmas; como “intermediadores de sentimentos” temos que ter o anseio de aprender sempre. Sou insaciável com a busca pela informação, e confesso que estou aproveitando para me reciclar. Pra quem pede dicas sobre a carreira de atriz divido com vocês o resumo que estou fazendo de um livro incrível do Teórico e Diretor Peter Brook –O TEATRO E SEU ESPAÇO:

TEATRO MORTO:

“O público procura avidamente no teatro algo que possa considerar <melhor que a vida> (…)

O sentido nunca pertence ao passado. Pode ser corrigido na própria experiência presente de cada homem. (…) Uma palavra não começa sendo uma palavra – é o produto final iniciado com um impulso, estimulado por atitude e comportamento, por sua vez ditados pela sua necessidade de expressão. ESTE PROCESSO ACONTECE DENTRO DO DRAMATURGO, QUE ACONTECE DENTRO DO ATOR, a palavra é a pequena porção visível de um conjunto gigante e invisível. (…) A única maneira de encontrar o verdadeiro caminho para dizer a palavra é através de um processo paralelo ao processo criativo original, fato que não se pode ignorar nem simplificar. (…)

No teatro, toda forma, uma vez nascida, é mortal, toda forma tem que ser reconcebida e sua nova concepção trará as marcas de todas as influências que a cercam. (…)

NÃO FICAR PARADO COMO ATOR – O QUE SIGNIFICA NÃO FICAR PARADO COMO SER HUMANO, O QUE SIGNIFICA TRABALHO DEDICADO À SUA VALORIZAÇÃO ARTÍSTICA. (…) DEPOIS DE ALGUM TEMPO SE NÃO TEM UM OBJETIVO, NÃO TEM UM MÉTODO, SEM MÉTODO NÃO TEM ESCOLA. Depois que o ator alcança certa posição, ele não faz mais dever de casa. (…) SE PRETENDE DESENVOLVER A PRÓXIMA FASE TERÁ QUE IR ALÉM DA SUA APARENTE CAPACIDADE E COMEÇAR A EXPLORAR O QUE REALMENTE SE TORNA DIFÍCIL. (…)

Naturalmente, um autor só pode trabalhar com o que tem, e não pode saltar fora de sua sensibilidade. Não pode se convencer a ser melhor ou diferente do que é. Só pode escrever sobre o que vê, pensa e sente. Mas uma coisa pode afinar o instrumento: quanto mais reconhecer os elos perdidos que faltam à cadeia de relacionamento, isto é, quanto mais verificar que nunca é o bastante profundo em muitos aspectos da vida, nem profundo o bastante em muitos aspectos do teatro, que seu isolamento necessário também é sua prisão – tanto mais, então poderá começar a encontrar meios de reatar os elos de observação e experiência que permanecem por enquanto desatados. (…)

Diretor: se você quer que a peça seja ouvida, então você tem que arrancar o som dela. Isto exige muitas ações intencionais e o resultado talvez seja de grande simplicidade. Entretanto começar com o objetivo de <ser simples> pode ser negativo, isto é, uma fuga fácil das difíceis etapas que sucedem e que, somente elas, conduzem à solução simples.”

 PETER BROOK

Dando continuidade ao meu resumo sobre o livro do PETER BROOK, “O TEATRO E SEU ESPAÇO”, compartilho com vocês os pontos mais relevantes na minha humilde opinião. Cada ator tem sua técnica, seus métodos pessoais e para ter esta escolha é preciso conhecimento e sabedoria para optar e sem estudo, disciplina e dedicação é impossível. Existe a famosa intuição que todos atores recorrem na hora da atuação mas para se tornar um grande ator estou cada vez mais convencida que é preciso ir além, é necessário sair da mesmice e da zona de conforto. E para isso é preciso estudar, se dedicar, ensaiar quantas vezes for preciso.

MAYTÊ PIRAGIBE

Postado por:

Lathife Porto
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